Maconha, Maconha, Maconha…..

 

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Quem passa pelo centro já deve ter se assustado com as propagandas eleitorais. Pois dia desses, ouvi alguém gritando com um megafone e tive a clara impressão que era um carro de pamonha, daqueles tradicionais do interior de Minas Gerais e São Paulo. Mas não… Não era “pamonha de Piracicaba” que gritavam….

Era maconha mesmo….

Pois se trata de um candidato a vereador em Florianópolis que vem chamando a atenção ao  fazer referência ao ex-presidente FHC e defender a descriminalização da maconha como principal meta de sua campanha.

Em pleno centro da cidade, Lucas de Oliveira (PSDB), encarna o personagem chamado “Presidente THC”, desfila de terno, gravata e faixa presidencial e é acompanhado de um boneco gigante. Diante do Terminal Central Urbano, um amigo usa um megafone para gritar “maconha, maconha, maconha”, como se estivesse imitando os carros que vendem “pamonha” pelo Brasil afora.

“Maconha, maconha, maconha, pela descriminalização, vote presidente THC”, anunciam.

Os panfletos estilizados como se fossem um maço de cigarro trazem uma foto do candidato com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também do PSDB e defensor dos canabistas. Os gritos no meio da rua vem gerando polêmicam pois há quem não goste. “Não acho certo ficar gritando o nome de droga na rua”, afirma a balconista Claudete Marli Santana, 48 anos. “Crianças e idosos passam o tempo inteiro no terminal de ônibus”.

Estudante de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lucas é presidente do Instituto da Cannabis (InCa) e um dos organizadores da Marcha da Maconha em Florianópolis. Ele diz não estar fazendo apologia ao defender a descriminalização da cannabis e propõe realizar uma legislação municipal sobre o tema.

“Assumimos a discussão na cannabis no âmbito municipal e por isso vamos propor a regulamentação necessária sobre o tema. É uma política de redução de danos”, disse.

 

Propaganda censurada

O candidato afirma que sua participação no horário eleitoral acabou sendo “boicotada” pela direção da coligação majoritária. “Fizemos a propaganda e houve uma ingerência. Estamos lutando para colocar nossa propaganda no ar porque defender mudanças na lei não é fazer apologia às drogas”, afirma Lucas.

Sem espaço no horário eleitoral, o “presidente THC” vem focando em campanhas de pela internet e ações nas ruas. “Estamos focando em trabalhos de rua e fazendo uma abordagem cultural. Gritar maconha nas ruas é uma forma de quebrar preconceitos”, defende.

“Maconheiro não é um vagabundo e irresponsável. Pelo contrário, o canabinista é é um sujeito tranquilo e não pode sofrer preconceito por isso”.